De certa forma, um dos dois grandes fatos da semana parece que veio para redimir a injustiça que se comete sistematicamente ao redor do mundo com Julian Assange, o cérebro por trás daWikileaks, organização transnacional sem fins lucrativos, sediada na Suécia, dedicada a expor documentos secretos.
Nos últimos anos, ele tem declarado, reiteradas vezes, que Facebook, Google, Microsoft e todos esses serviços de que a gente gosta – e, profissionalmente, até depende, em alguns casos – são alvo de espionagem por parte de governos. Em geral, essas afirmações vinham acompanhadas de documentos obtidos de maneira desconhecida, e muita gente não dava credibilidade a ele por causa disso.
Essa semana, porém, foi quente no país sobre o qual, em geral, recaem as principais acusações de bisbilhotagem virtual em informações de cidadãos comuns: os Estados Unidos. A primeira artilharia pesada veio do jornal inglês The Guardian, que publicou, na quarta-feira, em primeira mão, que dados de todas as ligações da operadora de telefonia móvel Verizon nos EUA podem ser coletados pela Agência de Seguraça Nacional (NSA, em inglês).
Ontem, foi a vez do diário The Washington Post relevar o PRISM, programa da NSA que tem liberdade de entrar nos servidores de “Microsoft, Yahoo, Google, Facebook, PalTalk, AOL, Skype, YouTube, Apple” e coletar informações que são repassadas, na sequência, a analistas. No documento “top-secret” obtido pelo jornal, há ainda a observação: “Dropbox, the cloud storage and synchronization service, is described as ‘coming soon’”. Mais: o documento informa que o PRISM é uma das principais fontes de informações que compõem o “briefing” diário sobre segurança nacional enviado para o presidente Barack Obama.
As empresas, claro, negaram a “parceria” e afirmaram desconhecer a existência do tal PRISM. Na sequência, o Diretor Nacional de Inteligência dos EUA, James R. Clapper, divulgou um comunicado oficial garantindo que as reportagens do Guardian e do WP contêm “muitas imprecisões”, mas não deu nenhum exemplo.
Para ler o conteúdo completo das reportagens (em inglês), acesse http://www.washingtonpost.com/investigations/us-intelligence-mining-data-from-nine-us-internet-companies-in-broad-secret-program/2013/06/06/3a0c0da8-cebf-11e2-8845-d970ccb04497_story.html e http://www.guardian.co.uk/world/2013/jun/06/nsa-phone-records-verizon-court-order.
E você, qual sua opinião sobre o conceito de privacidade hoje em dia?